Escondido entre dunas douradas e a imensidão azul-turquesa do oceano, um banco de madeira repousa solitário. O tempo, implacável escultor, deixou a sua marca no velho assento. A madeira, outrora lisa e escura, exibe agora um tom prateado, desbotado pelo sol e pela maresia. Sulcos profundos, como rugas num rosto ancião, percorrem a sua superfície, testemunho silencioso de inúmeras marés, ventos e tempestades. Algumas tábuas soltas, revelam a madeira mais clara no seu interior, como um coração exposto à vista de todos.
Gramíneas resistentes tecem uma fina tapeçaria entre as areias, e conchas esbranquiçadas, polidas pelo movimento incessante das ondas, que se alojam nos recantos e fendas. Um leve cheiro salgado paira no ar, misturando-se com o aroma amadeirado e um toque de algas marinhas. O banco parece sussurrar histórias antigas, de amantes que ali se encontraram, pescadores que descansaram após longas jornadas, ou simplesmente viajantes que pararam para contemplar a vastidão do mar.
No silêncio da praia, apenas o som das ondas quebrando suavemente na areia e o grito distante de uma gaivota acompanham a solidão majestosa deste banco de madeira. Um lugar de contemplação, de serenidade, um testemunho silencioso da passagem do tempo e da beleza efémera da natureza. Um lugar para se sentar, fechar os olhos e sentir a brisa do mar acariciar o rosto, enquanto o tempo parece parar.